Não, o termo "revolucionário" não é um exagero. "Shrek" tem mesmo essa importância. Talvez não a nível animado, nesse aspecto o filme está "apenas" ao nível dos da Pixar, com um detalhe animado realista e soberbo.
É a nível de argumento, personagens e storytelling que "Shrek" triunfa ruidosamente. Contrariando a tendência vista até então, "Shrek" aposta na acção, na irreverência, na originalidade e sobretudo no humor. Humor rústico, indelicado, "sujo" e indiscreto, talvez... Mas tremendamente eficaz.
Afinal de contas, o protagonista é um ogre horrível e sem maneiras (faz questão de nos mostrar isso mesmo na brilhante introdução), acompanhado por um burro falante que, com um misto de melhor amigo e sidekick, se torna numa das melhores personagens animadas de sempre e, quando parece entrar nos "eixos" com o resgate à Princesa Fiona, "Shrek" volta a trocar as voltas ao espectador e comprova que não esqueceu o propósito ao qual se propôs desde o seu início: marcar pela diferença.
"Shrek" não é um simples filme animado bem conseguido.
"Shrek" é uma comédia, ainda antes de ser um filme de animação, e que, graças ao já referido esquivo argumento, ao elenco responsável pelas dobragens (Eddie Murphy tem a melhor prestação na área desde a de Robin Williams em "Aladdin" (crítica aqui)) e às inúmeras referências e pormenores deliciosamente dissimulados sob a sua cobertura "infantil", se tornou um marco no género, catapultando a Dreamworks novamente para a ribalta e vencedor do primeiro Óscar para Melhor Filme de Animação.
De referir a portentosa banda-sonora, desde a composição de Harry Gregson-Williams até à palete de canções que enriquecem esta obra-prima animada.
"That must be Lord Farquaad's castle... Do you think he's maybe compensating for something"
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