O Solista


Steve Lopez (Robert Downey Jr.) é um jornalista do LA Times que, por obra do acaso, trava conhecimento com Nathaniel Ayers (Jamie Foxx), um músico de rua, esquizofrénico, e que suscita o interesse do jornalista.

É impressionante como "O Solista" não consegue ser completo em nenhuma das suas vertentes. O argumento de Susannah Grant é tão fraco, tão débil e tão preguiçoso, que não dava nem para um telefilme.

Qual é o tema do filme? A partir de quê se sustenta? Não faço ideia.
Pela relação dos protagonistas não é de certeza. É mostrada de forma muito breve, intermitente e pouco convincente. Uma série de episódios inacabados e sem elo condutor.
As origens de Nathaniel também não parecem constituir o filme. Meia dúzia de flashbacks inúteis e grosseiros é tudo o que temos.
A vida de George é igualmente ignorada, com uma relação com o filho a ser apenas mencionada, e o papel de Catherine Keener a ser reduzido ao de... sei lá bem o quê. Uma bêbada, talvez?
Infelizmente, apenas o dramatismo barato (leia-se lamechice pegada) sustenta "O Solista", do ponto de vista escrito.

Quem nos salva deste argumento medíocre?
Joe Wright tenta fazê-lo, mas o seu trabalho fica-se pela irregularidade (o que já não é mau). É capaz do melhor (como a cena em que um jovem Nathaniel imagina tocar violoncelo no braço) e do pior (as sensações que George tem ao ouvir Nathaniel tocar).

Robert Downey Jr. também o tenta, mas infelizmente toda a sua interpretação ficou marcada por um terrível erro: ter aceite um papel que, para além de muito pouco exigente, nada combina consigo.
Jamie Fox, por quem eu nutro muito pouca simpatia, tenta ser dramático e deficiente ao mesmo tempo. Pessoalmente, irritou-me muito, muito mesmo.

E a mim, quem é que me compensa do tempo que perdi a ver isto?


"I've never loved anything the way he loves music."

3 Eloquentes Intervenções Escritas:

Flávio Gonçalves disse...

É um filme realmente dispensável e dói-me muito saber que foi criado por Wright. Enfim, pecou. Vamos ver como vai correr a sua expiação no seu próximo filme ;)

Bruno Cunha disse...

Não o acho tão mau mas é pena que tenha saído um produto tão desprovido de alma e carisma.
Os actores ainda tentam assim como o realizador mas perdem-se a meio...

Abraço
http://nekascw.blogspot.com/

P.S.-Foxx também me irritou um pouco.

Rui Francisco Pereira disse...

Flávio,

Eu conheço a tua opinião, que é aliás semelhante à minha.
Pessoalmente, e tendo só visto este filme, não tenho pena nenhuma de ter sido Joe Wright o responsável.

Belo trocadilho ;)


Bruno,

É realmente uma obra sem alma, interesseira e falsa.
Foxx só consegue o efeito contrário ao desejado...

Abraços

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