Shaft/Lucky Numbers


Admitamos, Samuel L. Jackson é possuidor de um carisma como poucos, mas desde 1994 (ano em que interpretou Jules Wintfield, na obra-prima "Pulp Fiction"-crítica aqui) que se tem mantido constantemente no mesmo registo: o de bad motherfucker.É um facto.

Não que L. Jackson faça mal este género de papel. Não que o contexto não mude um pouco, de filme para filme. Não que não existam excepções, como a brilhante performance em "O Protegido" (crítica aqui).
Mas, no geral, Samuel L. Jackson tem estado sempre a desempenhar o mesmo papel em toda a sua carreira, papel este que tem vindo a constituir um desafio cada vez menor.

Vejamos agora este "Shaft": suposta (o nome é apenas uma desculpa para utilizar o tema musical de Isaac Hayes) homenagem/remake ao filme dos anos 70, mas nada mais do que uma nova oportunidade para ver Samuel L. Jackson a fazer de, surpresa das surpresas, bad motherfucker! Com um distintivo e um fato Armani, mas um bad motherfucker na mesma.

Um bad motherfucker que acaba por ser engolido por um perturbador Christian Bale, que merecia mais tempo de antena se o argumento não se tivesse perdido, e um surpreendente Jeffrey Wright.

Quanto ao filme em si, e depois desta dissertação, digo: é um filme de acção banalíssimo, como existem por aí aos milhares. Vale pelo elenco e pelo oportunismo...


"You know me. It's my duty to please that booty!"




"Lucky Numbers" é um dos filmes menos conhecidos da carreira de John Travolta. Não chegou, aliás, a estrear no nosso país, tendo sido ignorado, um pouco por todo o mundo, até ao momento em que foi desculpa para dar a Travolta o Razzie de Pior Actor.

Assim, penso ser necessária uma ligeira contextualização. "LucNegritoky Numbers" é uma comédia datada de 2000, realizada por Nora Ephron (a mesma de "Julie & Julia"), e baseada num escândalo de lotaria ocorrido nos anos 80.
O seu elenco é encabeçado por John Travolta e suportado por Lisa Kudrow ("Uma Questão de Nervos"-crítica aqui), Tim Roth, Bill Pulman e, veja-se, Michael Moore.

Sinceramente, achei piada a este "Lucky Numbers". Quer dizer, "achei piada" talvez não seja a melhor forma de me expressar, já que
Nora Eprhon, mesmo com as personagens mais promissoras, insiste em afastar-se do humor. E exigia-se também mais alguma duração de forma a evitar o atrofiamento de toda a informação que nos é dada, perto do final.

Mas, no geral e muito graças a John Travolta (que é o melhor do filme) "Lucky Numbers" acaba por se revelar uma proposta bem superior ao esperado.


"As our Jewish friends say: Enjoy."

5 Eloquentes Intervenções Escritas:

Tiago Britto disse...

nao sei...acho que samuel l. jackson tem caido muito...seus ultimos filmes são fracos e ele um personagem bobo.

Bruno Cunha disse...

Em relação a Shaft, este filme tirou-me logo o interesse mal vi os créditos iniciais e aquela música pirosa!

Abraço
Cinema as my World

Rui Francisco Pereira disse...

Tiago,

Não acho que L. Jackson seja "bobo". Acho que tem sempre o mesmo estilo divertido de sempre.
E talvez seja esse também um pouco o problema.


Nekas,

A música não me agradou particularmente, mas fez muito sucesso no Cinema, nos anos 70.
É preciso atentar ao contexto também.


Abraços!

Rui Francisco Pereira disse...

O COMENTÁRIO SEGUINTE FOI ESCRITO PELO UTILIZADOR "ArmPauloFerreira" E POR MIM TRANSCRITO DEVIDO À IMPOSSIBILIDADE DE O ACEITAR, DEVIDO A UM ERRO DO BLOGGER.
___________________________________

Começo por dizer que adoro a música/tema deste Shaft... embora não diga o mesmo do filme que é algo banalzito.
A personagem Shaft nos anos 70 era icónica e representou imenso na corrente da Blaxploitation, que era um tipo de cinema muito especifico para comunidade negra.


Obs: Isto de reviews aos pares... faz-me lembrar alguma coisa... :-)

Rui Francisco Pereira disse...

Arm,

É um tema famosíssimo, mas não posso dizer que tenha gostado particularmente...
Tal como o filme.

O que dizes é correcto, mas o factor Blaxploitation tem vindo a perder-se, já lá vão os tempos de Pam Grier ;)

Em relação à observação, não estou muito certo de ter percebido o que queres dizer. Talvez ;)
Mas deixa-me só dizer que já faço este género de análises há bastaaaaante tempo :)
Mas já agora, desafio-te a seres mais directo! :P

Obrigado pelo comentário!

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