Não é fácil suceder a uma obra-prima. Muitos falharam e, para Peter Jackson, "As Duas Torres" implicava provar que "O Senhor dos Anéis: A Irmandade do Anel" (crítica aqui) não tinha sido apenas um golpe de sorte, um espasmo de genialidade temporário.
Aqui, a tarefa é semi-alcançada. Não que atrás das câmaras Jackson tenha perdido o seu brio, antes pelo contrário, a realização é fantástica (destaque-se, por exemplo, a filmagem irrequieta que acompanha a dupla personalidade de Gollum/Sméagol) e fica por perceber a não nomeação para o Óscar da respectiva categoria.
É a nível argumentativo que se torna visível o fosso existente entre este capítulo e o anterior. Toda a trama acaba por caminhar, quase inevitavelmente, para um beco cuja única saída disponível são as (nem) sempre excitantes e (por vezes) maçadoras batalhas ditas "épicas", aqueles festins de CGI que constituem a quase totalidade de "O Regresso do Rei" (crítica aqui) e que estão presentes em menor quantidade e maior qualidade em "A Irmandade do Anel".
É a nível argumentativo que se torna visível o fosso existente entre este capítulo e o anterior. Toda a trama acaba por caminhar, quase inevitavelmente, para um beco cuja única saída disponível são as (nem) sempre excitantes e (por vezes) maçadoras batalhas ditas "épicas", aqueles festins de CGI que constituem a quase totalidade de "O Regresso do Rei" (crítica aqui) e que estão presentes em menor quantidade e maior qualidade em "A Irmandade do Anel".
Existem, é certo, momentos narrativamente recompensadores (o aparecimento de Gollum, o reaparecimento de Gandalf), mas a sensação final acaba por ser a de que "As Duas Torres" é o tomo mais inconclusivo e até mesmo mais inútil (que não se entenda este adjectivo num sentido (muito) pejorativo, já que "As Duas Torres" não é, de todo, um mau filme) na trilogia.
E existem também falhas, falhas graves. Ian McKellen é renegado para segundo (ou décimo...) plano, perdendo muito protagonismo e levando consigo um dos principais focos de interesse do filme. Fica por perceber porque motivo todas as linhas narrativas foram sendo acompanhadas, excepto a de Gandalf.
Já os trechos protagonizados por Liv Tyler e Hugo Weaving são uma sucessão de bocejos sem fim à vista e que visam apenas enrolar o filme, gastando (perdendo?) demasiado tempo.
Por fim, temos o eterno triste que é Elijah Wood, aqui ainda mais irritante.
É claro que, em grandes produções deste género, a vertente técnica teima em manter-se excelsa. Guarda-roupa, banda-sonora (Howard "Deus" Shore), efeitos especiais, sonoplastia e elenco triunfam claramente.
É, no entanto, na mistura entre o factor técnico e o factor humano que se encontra o maior triunfo de "As Duas Torres".
Andy Serkis saltou para o estrelato com a magnífica personificação de um dos maiores personagens animados de sempre. Uma interpretação magnífica, símbolo máximo de uma dedicação louvável, e que merecia, pelo menos, a nomeação para o Óscar de Melhor Actor Secundário.
Dos três, "As Duas Torres" ocupa o lugar que lhe corresponde: o segundo, quer a nível cronológico, quer a nível qualitativo.
Já os trechos protagonizados por Liv Tyler e Hugo Weaving são uma sucessão de bocejos sem fim à vista e que visam apenas enrolar o filme, gastando (perdendo?) demasiado tempo.
Por fim, temos o eterno triste que é Elijah Wood, aqui ainda mais irritante.
É claro que, em grandes produções deste género, a vertente técnica teima em manter-se excelsa. Guarda-roupa, banda-sonora (Howard "Deus" Shore), efeitos especiais, sonoplastia e elenco triunfam claramente.
É, no entanto, na mistura entre o factor técnico e o factor humano que se encontra o maior triunfo de "As Duas Torres".
Andy Serkis saltou para o estrelato com a magnífica personificação de um dos maiores personagens animados de sempre. Uma interpretação magnífica, símbolo máximo de uma dedicação louvável, e que merecia, pelo menos, a nomeação para o Óscar de Melhor Actor Secundário.
Dos três, "As Duas Torres" ocupa o lugar que lhe corresponde: o segundo, quer a nível cronológico, quer a nível qualitativo.
"I think we might have made a mistake leaving the Shire, Pippin. "
6 Eloquentes Intervenções Escritas:
O meu LOTR favorito continua a ser a Irmandade do Anel, mas adorei este Duas Torres, adoro a sequência inicial, a luta de Gandalf e o Balrog, como já referi no meu blog, e por exemplo, uma outra cena que adoro é quando os Ents decidem avançar para Isengard, a banda sonora, efeitos e ritmo perfeito nessa cena.
Eu penso da mesma forma que tu...LOTR não foi um filme ao acaso e As Duas Torres foi uma tarefa semi-alcançada pois, embora não seja melhor que o primeiro, nós notamos a qualidade evidente!
Abraço
Cinema as my World
Não estou de acordo com a crítica tecida ao argumento. Considero-o um excelente "meio", uma avassaladora e arrebatadora ponte entre A IRMANDADE e O REGRESSO.
5/5
Cumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
CINE,
O meu também, de longe.
E estou a ver que me esqueci de referir os Ents na crítica. A cena que referes, em específico, é fabulosa. Mas as anteriores são chatas, muito chatas..
Nekas,
É sempre evidente a qualidade, trata-se afinal de uma grande produção.
É um bom filme :D
Roberto,
Já se sabia :P
Mas, independentemente de ser arrebatadora ou avassaladora, essa é também uma forma de ver As Duas Torres: uma mera ponte...
Abraços e obrigado!
É impressionante como sobressai com mais facilidade do texto as tuas criticas negativas a este filme que fica a meio entre 3 partes. Acho sim que o 1º é muito especial pois estabelece com delicadeza e grandiosidade o universo, personagens e objectivos desta saga tremenda. As duas torres tem a dificil missão de suplantar o estigma de obra do meio, que não começa e nem acaba (e nem é culpa do filme mas sim porque a obra já é assim também), mas a candura e paixão com que Peter jackson dedica neste tomo, dotando-o de tudo o que lhe foi possível para tornar relevante esta segunda parte, não se coaduna com o teu texto, que acho injusto perante um filme, que quando vi no cinema só me deixou triste... por ter terminado e não haver mais para ver.
É verdade que está ensanduichado entre um inicio da saga magestoso a todos os níveis e entre um término com climax apoteótico (e super galardoado)... mas mesmo assim é uma obra avassaladora, onde todos cumprem um papel e vemos definir a sua jornada.
É muito bom e totalmente de acordo com a tua classificação!
Obs1: o que queres dizer com: "Dos três, "As Duas Torres" ocupa o lugar que lhe corresponde: o segundo, quer a nível cronológico, quer a nível qualitativo." Em que posição fica afinal? Em segundo realmente (então qual é o que fica em terceiro?) ou perante o que deixaste perceber, ficou realmente em terceiro lugar de relevancia nesta saga? Fiquei confuso pois sendo assim qual achas menos que este?
Obs2: Já aprendeste o truque do Roberto em republicar posts antigos... mas até que é um truque muito curioso. Teria vindo comentar este artigo? Talvez não... mas assim cá estou.
Warning: Don't mess with Lord Of The Rings, punk!!!
Eh, eh, eh!
Arm,
Se vires bem, verificas que é mais o texto ocupado com as virtudes do filme do que com os seus defeitos, mas tu lá saberás o que dele extrais ;)
Não discordo, no geral, das tuas palavras. Mas lá está, o que eu realmente gostava era que contra-arguementasses em relação aos defeitos que aponto ao filme :D
Não há razão para duvidas Armindo: As Duas Torres é o segundo na cronologia e está também, a meu ver, a meio no que toca à qualidade.
O primeiro filme é claramente o melhor da trilogia, sendo que o terceiro é o piorzito ;)
É verdade sim, aprendi este truque com o Roberto. À medida que vou revendo os filmes, vou alterando, ou não, as respecticas críticas e exponho-as no presente dia, como forma de reunir a atenção de pessoas que ainda não tenham reparado que o filme estava disponível no blogue.
E resulta pah! ;)
Obrigado pelo comentário :)
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