O Sexto Sentido


Esta análise faz parte do "Especial M. Night Shyamalan".

Esta análise contém SPOILERS.

Malcolm Crowe(Willis) é um brilhante psicólogo que se especializou em tratar crianças com problemas mentais. Numa noite como tantas outras, a sua casa é invadida por um ex-paciente, agora adulto, que, ainda mentalmente transtornado acaba por balear Crowe, suicidando-se de seguida.
A acção avança até "o Outono seguinte" onde acompanhamos Crowe, já recomposto do incidente, e agora com um novo caso em mãos: Cole Sear(Osment), uma criança que diz ver pessoas mortas.

Existe um espírito em "O Sexto Sentido" que se destaca de todos aqueles que Cole Sear encontra. Esse é a câmara de M. Night Shyamalan, que acompanha toda a trama com um misto de discrição e nervosismo constantes. Eu sei, dois antónimos, mas que Shyamalan concilia na perfeição.
A forma como Shyamalan filma é de uma intensidade incrível, que agarra qualquer um à cadeira, ao mesmo tempo fascina até o espectador com a mais tenra idade.
E enquanto escrevia esta última afirmação, lembrava-me de um dos primeiros encontros entre Malcolm e Cole, onde Malcolm propõe que joguem um jogo, onde este tem de adivinhar o que Cole está a pensar, sob pena de Cole abandonar a sala se Malcolm falhar. Não sei se se recordam, mas a câmara espiritual de Shyamalan "toma de assalto" o corpo de Cole e começa a afastar-se e a aproximar-se como este fazia.
Noutros aspectos técnicos, torna-se empírico referir a banda sonora de James Newton Howard, bem como a direcção artística e a fotografia.

Passemos agora a um ponto fulcral em todo o filme:o argumento. Para muitos, este é genial e apresenta um dos melhores twists finais de sempre. Para outros, é previsível acima de tudo.
Eu cá fico-me pelo meio termo. Quando assisti a "O Sexto Sentido" já sabia que o personagem de Bruce Willis estava morto o tempo todo, pelo que me concentrei em tentar perceber se tudo "encaixava" bem durante o filme, o que de facto acontece.
Sendo assim e apesar de tudo, penso que é um excelente argumento e um fantástico twist. Em relação à previsibilidade do argumento, penso que isso depende dos níveis de perspicácia de cada um. É certo que existem cenas, como o jantar entre Malcolm e a sua mulher ou o facto de esta estar sempre sozinha e com lenços de papel à volta que podem estragar o final.
No entanto, penso que não são estes aspectos que comprometem o twist, mas outros como o facto de Malcolm andar sempre sozinho e aparecer miraculosamente em casa de Cole e etc...
Claro que isto pode ser fundamentado com "os mortos apenas vêm o querem", mas eu mantenho-me(e mantive aquando da minha visualização da fita) sempre algo apreensivo.

Finalmente, tenho que referir o elenco, e penso que existem três palavras que o resumem muitíssimo bem:HALEY JOEL OSMENT.
Não me entendam mal. O resto do elenco está muito bem.
Bruce Willis está excelente, embora muito afastado do género de papéis que costuma interpretar(o que apenas comprova a versatilidade do actor), e Toni Collete está igualmente irrepreensível.
No entanto, certamente concordarão que ambos estão longe do jovem prodígio Haley Joel Osment. A forma como fala, anda, as suas expressões faciais. O jovem Osment consegue atormentar qualquer um.Quanto a mim, o oscar estava entregue ali, naquele momento.
E não, não me esqueci da curta, marcante e irreconhecível presença de Donnie Whalberg, que em poucos minutos consegue superar o seu irmão em todo o tempo de "O Acontecimento".(Eh eh eh...).

Para concluir, "O Sexto Sentido" é um filme maravilhoso, uma obra-prima do Cinema moderno. É tudo aquilo que diziam sobre ele e um pouco mais.

"I see dead people."

4 Eloquentes Intervenções Escritas:

Roberto Simões disse...

«O Sexto Sentido» é uma obra de referência. Um clássico instantâneo, absolutamente essencial. 5*

Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD – A Estrada do Cinema

Rui Francisco Pereira disse...

Concordo totalmente!

Abraço

Unknown disse...

Pois, aqui encontramos-nos em cantos opostos. Sou mesmo daqueles que considera que o filme é demasiadamente previsível o que me arruinou completamente a experiência cinematográfica. Talvez quando o vir novamente mude de opinião mas sinceramente tenho as minhas dúvidas.

Abraço

Rui Francisco Pereira disse...

Sim Fifeco, eu já conhecia a tua opiinião, mas não posso concordar...

Espero que lhe dês uma segunda oportunidade, pois é realmente um excelente filme.

Abraço

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