Esclarecerei antes de mais: "Jackie Brown" não é o meu filme favorito. Nem é sequer o meu filme favorito de Quentin Tarantino. Aliás, "Jackie Brown" é o filme menos "à Tarantino" de Tarantino.
A história é perfeitamente banal, a realização apresenta alguns toques típicos do mestre (a fixação por pés-neste caso os de Bridget Fonda) mas pouca inovação, e o argumento não é dos melhores. Os diálogos estão presentes mas em quantidade assustadoramente reduzida, e Tarantino insiste em focar-se nas personagens menos interessantes, nomeadamente a de Robert Forster, em vez de dar destaque aos melhores elementos do elenco.
Elenco este que deixa também a desejar, existindo um tremendo desequilíbrio entre os vários intérpretes. A protagonista Pam Grier confunde carisma com irritação constante e torna-se verdadeiramente desagradável. Robert Forster não justifica, de todo, a nomeação para o Óscar de Melhor Actor Secundário. Ao veterano actor falta garra e energia, mostrando-se aborrecido e transmitindo esse aborrecimento a quem o está a ver. Já Michael Keaton só quer mesmo ter estilo, acabando por fazer uma figurinha bem ridícula.
Bem melhor está Samuel L. Jackson, a fazer uma variação de Jules Wintfield mas com o cunho de Tarantino bem visível. Uma grande interpretação, um personagem fantástico, e muito bem suportado pelo fabuloso Robert De Niro que, num papel que nada combina consigo, prova a sua versatilidade e inerente talento. Também gostei da presença de Bridget Fonda, forte embora merecesse mais protagonismo.
"Jackie Brown" é um dos piores filmes de Quentin Tarantino. O material com que trabalhava não era o mais promissor e interessante, tendo sido igualmente explorado da pior forma.
Apesar da precipitação com que conduziu "Jackie Brown", Quentin Tarantino continua a ser incapaz de fazer um mau filme.Ficam alguns excelentes momentos (devidamente acompanhados por, como não podia deixar de ser, uma banda-sonora de grande qualidade) neste produto que marca a junção do meu realizador de eleição com o meu actor de eleição.
"Jackie Brown" é um dos piores filmes de Quentin Tarantino. O material com que trabalhava não era o mais promissor e interessante, tendo sido igualmente explorado da pior forma.
Apesar da precipitação com que conduziu "Jackie Brown", Quentin Tarantino continua a ser incapaz de fazer um mau filme.Ficam alguns excelentes momentos (devidamente acompanhados por, como não podia deixar de ser, uma banda-sonora de grande qualidade) neste produto que marca a junção do meu realizador de eleição com o meu actor de eleição.
"-Is she dead? Yes or no?
-Pretty much."
-Pretty much."
7 Eloquentes Intervenções Escritas:
Então JB?! Andaste a enganar a malta! Tou a brincar! .-D Pelo nickname e nome do do blog julgava que fosse dos teus favoritos!
Tenho o Dvd do filme em casa há meses, mas ainda não vi :-(
Vi ontem a Pam Grier no Smallville a fazer de Amanda "motherfucker" Waller, a líder o Xeque Mate/Esquadrão Suicida, e meteu dó...
Como nós já falamos, pensava que adoravas o filme por causa do teu nick!
Quanto ao filme, pela crítica parecia que ias dar uma má nota! :)
Mas o mau de Tarantino é melhor que o melhor trabalho de muitos realizadores! É um mestre!
Abraço
Cinema as my World
CINE,
Eh eh ;)
Está esclarecido o mito :P
Recomendo-te o filme, apesar de tudo é uma proposta interessante e creio que gostarás.
Bruno,
Lol, mas não ;)
Preferi focar-me nos aspectos mais negativos do filme, pelo que percebo a tua impressão.
Tarantino é O mestre!
Abraços!
Decididamente enganaste-me bem :)
Nasp,
:) Not anymore.
Lembrei-me que havias publicado o teu parecer de Jackie Brown e vim reler. É realmente o filme menos à "moda" Tarantino mas por seu lado é o seu filme mais sério, onde ele procura mais colocar-nos na cabeça destas personagens do que propriamente mostrar um heist movie. Não é o golpe que motiva este filme todo da autoria dele mas sim a sucessão de sentimentos, detalhes e outros pontos que não se quantificam.
Por exemplo, ao longo do filme ele filma os momentos em que as personagens pensam, e isso leva vários segundos de contemplação de personagens que nada estão a fazer mas a pensar... e no processo questionamo-nos também.
Não é tão enebriante como os outros filmes dele mas é um filme singular na carreira dele até ao momento.
Tenho a dizer que concordo com a pontuação... mas na essência compreendo o texto.
Arm,
Obrigado pelo teu comentário ;)
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