A Janela Secreta


Mort Rainey (Johnny Depp) é um escritor divorciado, que vive sozinho numa casa de campo. Num dia como tantos outros, bate-lhe à porta um agricultor que o acusa de ter plagiado.

O final é a coisa mais importante da história. Uma ideia muito presente em "A Janela Secreta" e que acaba por ser mais do que uma ideia, não só na história do filme como no filme em si.
A fita funde-se numa mistura entre realidade e surrealismo, resultando num filme riquíssimo do ponto de vista estético e técnico, mas banal em substância.

E esta bipolaridade prende-se sobretudo com o argumento e a realização.
O argumento, esse, é adaptado de uma obra de Stephen King. Só por aqui "se lhe tira a pinta". Ou assim o pensávamos, porque "A Janela Secreta" é mais uma mistura de "Efeito Borboleta" com "Clube de Combate" (entrando num domínio surrealista que, como já referi, é magnífico do ponto de vista visual, mas secante em termos de história em si), do que propriamente um filme de terror... ou suspense... ou acção... ou comédia negra... É mais uma junção pouco dócil destes conceitos e o resultado não é muito fácil de engolir.
E este ponto remete-me para a realização, que através de alguma ajuda digital consegue efeitos prodigiosos não só do ponto de vista cinéfilo mas também do ponto de vista cultural, mas que revela muita inexperiência no contar dos eventos.

Falemos agora do final. O final é do mais visto possível. Chega até a ser decepcionante, porque a trama vai crescendo em suspense e o final soa a dejá-vu (apesar de que a forma como foi conduzido, saindo do típico registo do bem triunfante, é de génio).
Para além disto, o realizador David Koepp volta ao errar e desta vez afectando toda a fita, que é assim facilmente apelidada de previsível: Ao confundir a atribuição de pistas (como Shyamalan tão bem o fez em "O Sexto Sentido") com spoilers, qualquer espectador minimamente atento chega facilmente ao final. Erro(s) de principiante...

No elenco, Johnny Depp faz um spin-off de Jack Sparrow. Só que se deve ter esquecido que estava no séc. XXI, e o resultado é pouco credível. Melhor está John Turturro, que chega a ser arrepiante.

"O final é sempre a parte mais importante da história". Pois pois. Só se for noutro filme qualquer.


"The most important part of the story is the ending."

2 Eloquentes Intervenções Escritas:

Bruno Cunha disse...

Boa crítica...
Boa tagline embora isso só se deve aplicar a alguns filmes/livros no entanto o final aqui nem pode ser considerado um twist pois já sabemos,mais ou menos, o que vai acontecer...

Abraço
http://nekascw.blogspot.com/

Rui Francisco Pereira disse...

Bruno,obrigado :)

Sim, o final é completamente estragado...

Abraço

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