Robin Hood


Seria incorrecto afirmar que "Robin Hood" tinha potencial para mais, porque de facto... não tem.
Mas lá que se esperava muito, muito mais de Ridley Scott e companhia, disso não restam dúvidas.

A própria história de "Robin Hood" é limitada a todos os níveis, desde as personagens, passando pela estrutura narrativa (quase episódica e que, com o passar dos minutos, vai perdendo força), até à falta de carga dramática, tão visível em, por exemplo, "Gladiador" (crítca aqui).

E já não bastando o facto da história não passar da mediania, também o argumento se dá ao luxo de ser demasiado sintético para o que era pedido. Diálogos breves, pouco fluidos e definitivamente pouco marcantes, aos quais o adjectivo épico não pode ser associado. Cenas banais, forçadas e desnecessárias. Personagens irritantes e facilmente descartáveis.

Ridley Scott bem tenta fazer alguma coisa para atenuar estas falhas mas, excepção feita a um ou outro momento memorável (como o disparar de uma flecha, em slow-motion, algo que me agradou imenso), a realização do veterano realizador nada consegue fazer para salvar "Robin Hood".

O facto é que o que aqui foi tentado, não incursar pela já conhecida história, acaba por originar uma série de novos erros e fragilidades que a equipa de "Robin Hood" não foi capaz de colmatar.

Dos restantes aspectos técnicos, apenas a fotografia merece (algum) destaque.

Quanto ao elenco, todo ele não sai, invariavelmente, da mediania. Russel Crowe tenta dar um certo carisma à personagem, algo que até nem é desapropriado, já que "Robin Hood" aposta muito mais no humor do que no verdadeiro drama (até porque não tem capacidade para isso), mas que não satisfaz na totalidade.
Cate Blanchett limita-se a fazer uma cara sisuda e Mark Strong está a anos-luz da sua interpretação em "O Corpo da Mentira" (crítica aqui).

No final, "Robin Hood" entretém satisfatoriamente. Mas tal tarefa é, a meu ver, muito pouco ambiciosa.
"Robin Hood" fica na sombra, não só de "Gladiador", mas também de qualquer outra obra de Ridley Scott.
E ninguém mais do que eu lamenta isso.


"Rise, and rise again. Until lambs become lions."

2 Eloquentes Intervenções Escritas:

David Martins disse...

Então o Rabinho dos Bosques não é grande coisa? É pena, mas os trailers já anunciavam que não seriam grande coisa, os trailers enganam muitas vezes, mas desta parece que foi na mouche ;-)

Rui Francisco Pereira disse...

David,

É verdade, infelizmente...

Nunca gostei do trailer, e este filme sempre me cheirou a menor. E de facto é...

Mas Scott tem uma porrada de grandes filmes!

;)

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