A guerra, como conceito, nunca foi muito fácil de retratar. Existem inúmeros filmes que tentam fazê-lo, uns com resultados bem mais satisfatórios do que outros. Não é, portanto, um género cinemtográfico incomum. É, isso sim, um género de difícil concretização e algo saturado, a precisar desesperadamente de uma perspectiva diferente.
Kathryn Bigelow traz-nos a visão feminina da guerra do Iraque, uma visão completamente banal e muito, muito sobrevalorizada.
Não negarei que Bigelow elabora um pequeno milagre, sendo capaz das mais variadas proezas técnicas (como a fantástica cena inicial, em particular a explosão em slow-motion), apesar do modesto orçamento. Bigelow capta o pesado ambiente de guerra de uma forma muito realista e competente, justificando claramente a nomeação para o Oscar.
É precisamente devido à sua produção modesta que este "Estado de Guerra" merecia um argumento que lhe elevasse o estatuto, tal como "Moon-O Outro Lado da Lua". Tal não acontece, visto que o escrito da autoria de Mark Boal é insuficiente e incoerente.
O relato do dia-a-dia de uma equipa anti-bomba é apelativo de início, mas rapidamente se desvanece numa falta de originalidade decepcionante (três casos quase idênticos). Para tentar contornar esta dificuldade, criam-se histórias paralelas que vão desde uma missão de sniping totalmente aborrecida até uma conveniente e levianamente explorada relação pseudo-paternal.
Além disto, quer-me parecer que o pobre Boal não conhecia minimamente o assunto sobre o qual pretendia escrever, já que o trio militar que nos é apresentado não passa de um bando de inconscientes, perturbados e infantis (como aliás a maioria das personagens) que merecia nada menos do que uns largos meses na prisão militar.
Kathryn Bigelow traz-nos a visão feminina da guerra do Iraque, uma visão completamente banal e muito, muito sobrevalorizada.
Não negarei que Bigelow elabora um pequeno milagre, sendo capaz das mais variadas proezas técnicas (como a fantástica cena inicial, em particular a explosão em slow-motion), apesar do modesto orçamento. Bigelow capta o pesado ambiente de guerra de uma forma muito realista e competente, justificando claramente a nomeação para o Oscar.
É precisamente devido à sua produção modesta que este "Estado de Guerra" merecia um argumento que lhe elevasse o estatuto, tal como "Moon-O Outro Lado da Lua". Tal não acontece, visto que o escrito da autoria de Mark Boal é insuficiente e incoerente.
O relato do dia-a-dia de uma equipa anti-bomba é apelativo de início, mas rapidamente se desvanece numa falta de originalidade decepcionante (três casos quase idênticos). Para tentar contornar esta dificuldade, criam-se histórias paralelas que vão desde uma missão de sniping totalmente aborrecida até uma conveniente e levianamente explorada relação pseudo-paternal.
Além disto, quer-me parecer que o pobre Boal não conhecia minimamente o assunto sobre o qual pretendia escrever, já que o trio militar que nos é apresentado não passa de um bando de inconscientes, perturbados e infantis (como aliás a maioria das personagens) que merecia nada menos do que uns largos meses na prisão militar.
Um outro factor que me desagradou foi a publicidade enganosa levada a cabo por "Estado de Guerra" que, tão ridícula quanto inexplicavelmente, exibiu os nomes de Guy Pearce, Ralph Fiennes e David Morse (os mais conhecidos elementos do elenco) como se estes fossem realmente actores no filme de Kathryn Bigelow. As performances dos três actores, somadas, perfazem um tempo de quê, 5 minutos? 10? Era totalmente escusada esta estratégia de marketing, com a agravante de "Estado de Guerra" se vangloriar constantemente do seu estatuto de filme independente.
Era escusado também retirar protagonismo ao verdadeiro elenco de "Estado de Guerra", que é comandado por um irrepreensível Jeremy Renner a revelar-se um achado na nobre arte da representação.
Não é uma proposta desprovida de qualidade, no entanto, "Estado de Guerra" revela-se mais um caso de sobrevalorização. No entanto, e visto que está na ordem do dia, adianto que é substancialmente melhor do que "Avatar".
Era escusado também retirar protagonismo ao verdadeiro elenco de "Estado de Guerra", que é comandado por um irrepreensível Jeremy Renner a revelar-se um achado na nobre arte da representação.
Não é uma proposta desprovida de qualidade, no entanto, "Estado de Guerra" revela-se mais um caso de sobrevalorização. No entanto, e visto que está na ordem do dia, adianto que é substancialmente melhor do que "Avatar".
"There's enough bang in there to blow us all to Jesus. If I'm gonna die, I want to die comfortable."
5 Eloquentes Intervenções Escritas:
Concordo com a tua crítica. A cena no deserto é então "irritante"... E aquela vendetta pessoal pelas ruas de baghdad escusada.
Acho-o sobrevalorizado.
A contrário de ti, acho Avatar melhor.
ps. ainda não o disse, mas agradeço-te imenso teres mencionado o meu nome no teu artigo sobre o Ying Xiong, e fico satisfeito por te ter dado vontade de o esprfeitar.
Abraço.
Eu gostei do filme!
Parece um pouco sobrevalorizado mas, por exemplo, em Portugal não o é. Devia ser colocado noavemente no cinema a fim de o apreciarem melhor já que ninguém o conhecia na data de estreia.
Mas com certeza que é melhor que Avatar!
Abraço
http://nekascw.blogspot.com/
Ricardo,
Eu conheço a tua opinião e concordo com ela. É sobrevalorizado, o filme.
Mas beeeem melhor do que Avaplágio xD
Quanto ao P.S., o prazer foi todo meu. Digo-te com sinceridade que, se não fosse a tua análise, não teria visto Herói:
Eu é que te agradeço imenso!
Bruno,
Eu não desgostei do filme ;) Tem coisas boas e menos boas.
Teoria interessante a tua. Por mim, não valia a pena. Mas com certeza que terá mais visibilidade agora com o hype.
Muito melhor que Avaplágio!
Abraços!
Não posso concordar que seja um caso de subvalorização. Parece-me um excelente projecto, um filme com alma e coração, sem grandes pretensões. Simplesmente sabe fazer cinema, algo que falta muito nesses meandros cinematográficos.
Abr
Filipe,
É um filme de extremos. Tem aspectos brilhantes, como a relização, mas falha no argumento por exemplo.
No geral, acho-o sobrevalorizado.
Abraço
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