Até o dia em que assisti a esta verdadeira injecção de adrenalina e divertimento que é “Snatch- Porcos e Diamantes”, o nome de Guy Richie era um que assimilava com significativa indiferença. “Revólver” fora um memorável exercício estético, mas portador de (uma falta de…) um dos argumentos mais complexos que já vira, e “Sherlock Holmes” (crítica aqui) nada mais tinha sido do que uma desilusão.
Foi assim com as expectativas relativamente baixas que assisti a este “Snatch- Porcos e Diamantes”, que se revelou, a todo e qualquer nível, não só uma enorme surpresa mas também um imediato integrante na lista dos meus filmes de eleição.
No entanto e antes de mais, deve ser feita uma brevíssima reflexão sobre algum do background de “Snatch- Porcos e Diamantes”, que deve toda a sua frescura e energia a uma obra-prima maior do Cinema: "Pulp Fiction".
Quentin Tarantino revolucionou a 7.ª Arte e instaurou um novo estilo, estilo que moldou a carreira de realizadores como P.T. Anderson e, claro, Guy Richie. Já “Pulp Fiction” assumiu-se, muito naturalmente, como a obra “a seguir” deste novo estilo. E “Pulp Fiction” foi, efectivamente, descaradamente decalcado sobre novas situações, contextos e personagens, várias vezes. “Um Trunfo na Manga” (crítica aqui) e “Há Dias de Azar…” (crítica aqui) são exemplos disso mesmo. Mas, ambas as obras carecem de um toque de génio que lhes confira uma identidade própria.
E é aqui que "Snatch- Porcos e Diamantes" se demarca das obras previamente referidas.
Foi assim com as expectativas relativamente baixas que assisti a este “Snatch- Porcos e Diamantes”, que se revelou, a todo e qualquer nível, não só uma enorme surpresa mas também um imediato integrante na lista dos meus filmes de eleição.
No entanto e antes de mais, deve ser feita uma brevíssima reflexão sobre algum do background de “Snatch- Porcos e Diamantes”, que deve toda a sua frescura e energia a uma obra-prima maior do Cinema: "Pulp Fiction".
Quentin Tarantino revolucionou a 7.ª Arte e instaurou um novo estilo, estilo que moldou a carreira de realizadores como P.T. Anderson e, claro, Guy Richie. Já “Pulp Fiction” assumiu-se, muito naturalmente, como a obra “a seguir” deste novo estilo. E “Pulp Fiction” foi, efectivamente, descaradamente decalcado sobre novas situações, contextos e personagens, várias vezes. “Um Trunfo na Manga” (crítica aqui) e “Há Dias de Azar…” (crítica aqui) são exemplos disso mesmo. Mas, ambas as obras carecem de um toque de génio que lhes confira uma identidade própria.
E é aqui que "Snatch- Porcos e Diamantes" se demarca das obras previamente referidas.
O retrato do mundo do crime, idealizado por Guy Ritchie, é irresistivelmente genial. Um pouco mais leviano e caricatural do que o de Tarantino, sim, mas (quase) igualmente bem conseguido. Personagens maravilhosos, hilariantes e inesquecíveis, situações impensáveis e diálogos fenomenais.
Em toda a sua essência, "Snatch- Porcos e Diamantes" respira e transpira Tarantino. E o que Guy Ritchie consegue aqui é um produto que, embora não sendo (ou pelo menos não parecendo) totalmente original, é absolutamente maravilhoso.
E o que dizer da realização de Richie? No mínimo, dinâmica. Muitíssimo dinâmica. Ritchie filme "Snatch- Porcos e Diamentes" com uma destreza incrível, conseguindo momentos de puro Cinema.
Ritchie faz tudo bem, bem demais. Desde o slow-motion, passando pelos planos improváveis até ao discreto uso dos efeitos especiais. Estrondoso trabalho do britânico.
Dos restantes aspectos técnicos, convém enaltecer a fotografia e sobretudo a banda-sonora.
E, com certeza, referir o magnífico elenco. Brad Pitt está surpreendente e tem uma das melhores e mais hilariantes interpretações da sua carreira. Excelso e esforçadíssimo trabalho do actor, a provar que é ainda capaz de surpreender e a obter um registo insólito mas portador de grande profissionalismo e qualidade.
Ainda mais surpreendente é Vinnie Jones. Para aqueles que, como eu, o tinham como um tijolo amorfo (com estilo, mas um tijolo amorfo), é em "Snatch- Porcos e Diamantes" que Jones dá um estalo de luva branca a todos os que dele duvidaram.
Ainda mais surpreendente é Vinnie Jones. Para aqueles que, como eu, o tinham como um tijolo amorfo (com estilo, mas um tijolo amorfo), é em "Snatch- Porcos e Diamantes" que Jones dá um estalo de luva branca a todos os que dele duvidaram.
O restante elenco está bastante bem também, com destaque para Dennis Farina, com um papel relativamente semelhante ao de "Jogos Quase Perigosos" (crítica aqui), e Benicio Del Toro, pelo curto tempo de antena.
Não obstante ligeiríssimas falhas, "Snatch- Porcos e Diamantes" é uma aventura de tensão e interesse crescentes, que se afirma sem dificuldade como a obra-prima de Guy Richie.
"You should never underestimate the predictability of stupidity."
"Yes, London. You know: fish, chips, cup 'o tea, bad food, worse weather, Mary fucking Poppins... London!"
3 Eloquentes Intervenções Escritas:
Mas o pessoal dos blogs anda a ver os mesmos filmes? Ainda há dias comenteio Snatch...
Raio do cigano... no final a dar cabo de tudo... é um bom filme. Brad Pitt em grande (este e o Fight Club arrasam tudo) mas não só ele... o restante elenco foi também bem escolhido.
Dora,
Pois... foi aqui ;)
Arm,
É um muito bom filme.
E não é só Pitt não.
Prefiro Snatch ao Fight Club, de longe ;)
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