Herói (Parte II)


No entanto, é sem dúvida uma tarefa bem mais complexa a de enumerar todos os aspectos que me agradaram nesta fabulosa produção chinesa.

Antes de mais, "Herói" é portador de um argumento verdadeiramente transcencente que, utilizando a cultura oriental que lhe cai na perfeição, constituí um dos mais profundos hinos ao amor que já tive o prazer de visualizar em cinema. O romance não correspondido entre Espada Partida (Tony Leung) e Neve Voadora (Maggie Cheung) é de uma lealdade quase divina e apenas superada pelo profundo amor que Sem Nome (Jet Li) nutre pelo seu povo. Uma história de proporções épicas e magistralmente concebida.

A igualá-la estão valores de produção largamente acima da média, uma autêntica melodia visual merecedora dos maiores elogios.
Antes de mais, um dos melhores trabalhos de cinematografia que já vi. Paisagens captadas em toda a sua essência parecem pouco quando comparadas com a sabedoria e a destreza que Christopher Doyle demonstrou ao fazer uso de 4 cores para ilustrar as várias vertentes do relato de Sem Nome, e assim dar um novo significado à palavra "beleza".
Obviamente que o trabalho de Doyle nunca ficaria completo sem a complementaridade oferecida pelo maravilhoso guarda-roupa que, juntamente com a poética e hipnotizante banda-sonora, concluí o trio divino responsável por alguns dos momentos mais arrebatadores que a nobre 7.ª Arte já me mostrou.

Claro que os factores acima referidos não impedem "Herói" de ser igualmente uma obra de acção de cortar a respiração, graças aos seus duelos estimulantes e coordenados ao pormenor (embora fosse desnecessária a falta de realismo em alguns momentos).

E quer seja nos momentos mais serenos ou nas alturas mais tensas, também o elenco parece ter sido escolhido durante meses, já que todos os seus elementos (sim, estou a incluir Jet Li) obtêm performances inigualáveis. Infelizmente, os adjectivos começam a faltar, pelo que apenas reforçarei a ideia de que este é... fantástico.

Com o aproximar do fim desta análise a "Herói", estou perfeitamente convicto de que não lhe fiz qualquer justiça com estas palavras. Ainda assim, e se a minha opinião tem algum valor para qualquer dos leitores do Cinemajb, recomendo total e vivamente esta obra transcendente que é "Herói".
De preferência, a sua Versão Extendida, pela simples razão de conter mais 7 minutos de puro cinema.

Obrigado, Yimou Zhang.



N.d.R.- Consulta a primeira parte da crítica a "Herói" aqui.

4 Eloquentes Intervenções Escritas:

Cristiano Contreiras disse...

Eu ainda não pude conferir este filme, mas me parece um trabalho primoroso! abraço

Rui Francisco Pereira disse...

Cristiano,

Já sei que ainda não viste, tu disseste-o na parte I da crítica :P

Repito: tens de ver urgentemente!

Abraço

Flávio Gonçalves disse...

Está para breve. Li muito bem sobre Herói e parece-me que vou gostar. Gostei de ler os dois textos, revelaste uma qualidade e lucidez que antes que não via, continua assim.

Abraço

Rui Francisco Pereira disse...

Flávio,

Garanto-te que vais gostar. Não tens, aliás, como não gostar.

E muito obrigado pela parte que me toca ;)
Não me canso de repetir que são esses comentários que dão sentido a tudo isto.

Abraço

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