Esta análise contém SPOILERS
Balian(Bloom) é um jovem ferreiro francês sem vontade de viver, depois da morte da sua mulher e filho. No dia em que enterrava a sua mulher, recebe a visita de Godfrey of Ibelin(Neeson) um nobre de Jerusalém que confessa ser o seu pai e que o levará consigo para a dita cidade, onde Balian viverá um período de grande instabilidade.
Escassos minutos após o início da visualização de "Reino dos Céus" são suficientes para pensarmos que este é um filme estranho. Mas não. "Reino dos Céus" é na verdade um filme carente de quase todos os factores técnicos e humanos de que precisava.
Para começar, na sua longa duração (mais de duas horas), "Reino dos Céus" acaba por contar muito menos do que se esperava, apresentando-se apenas como um mero trailer, sendo que o sentimento de insuficiência está presente do início ao fim.
E porque? Por quase tudo.
Mas sobretudo pela realização a 100 à hora que tanto tem para dizer e tão pouco tempo para o fazer, deixando inúmeras pontas soltas.
E, claro, por um argumento extremamente incoeso e incoerente, que se limita a atirar rudemente para a tela pedaços do filme sem qualquer ligação entre si, daí resultando uma verdadeira "mistela" que para além de chegar a um certo ponto em que, por e simplesmente deixa de fazer sentido e tudo o que o espectador pode fazer é desesperar (pois ao fim de uma hora já é habitual a acção avançar de tal forma rápida, despreocupada e confusa que o espectador já nem estranha, apenas entranha), é também um hino ao aborrecimento.
Não bastam a espectacularidade e os efeitos especiais. Não bastam a belíssima fotografia e a poética banda-sonora.
Não basta um elenco que apenas valha pelo seu currículo.
Não basta o ar carrancudo de Orlando Bloom, que tem em estofo e dedicação o que lhe falta em talento e expressividade.
Não basta transformar a personagem de Eva Green numa mera Bond-Girl, objecto dos afectos de Balian.
Não bastam prestações de meia hora (ou 5 minutos...) de secundários de tanto talento como Liam Nesson, Jeremy Irons, Michael Sheen ou Edward Norton.
A intenção também conta. E "Reino dos Céus" tem claras intenções de ser um grande filme.
Mas de boas intenções está o Inferno cheio...
Mas de boas intenções está o Inferno cheio...
"-It's time now, my lord, to confess to Holy God, not your son. Are you sorry for all your sins?
- For all, but one."
2 Eloquentes Intervenções Escritas:
Ah, já estava a estranhar...espero ansiosamente pela tua crítica à versão do realizador...
Abraço
http://nekascw.blogspot.com/
Ainda a vou ver, mas estou muito esperançoso...
Abraço
Enviar um comentário
O autor deste blogue apresenta os seus agradecimentos pelo comentário e relembra que este beneficiará sempre de uma resposta, já que cada comentário é tido como imprescincível e nunca subvalorizado.