Robert Rodriguez há já muito tempo que deixou de ser sinónimo de originalidade e frescura, em Hollywood. Quanto a mim, nos dias que correm, não passa de um mero esbanjador que se tem tentado manter na tona à custa do seu amigo, o genial Quentin Tarantino.
Rodriguez, esse, limitou-se a ter uma ou duas boas ideias nos últimos quinze anos e a explorá-as até à exaustão.
A mais recente data de 2007 e consiste numa homenagem/recuperação dos velhos clássicos de série B (ou será Z?) e que viu a luz do dia sob a forma de "Planeta Terror", um filme que me escapou.
Mas, a acompanhar o díptico de "Planeta Terror", "À Prova de Morte" de Tarantino, vinha uma pequena pérola: um trailer falso, de nome "Machete". O pobre Rodriguez, aproveitando mais uma das suas ideias, decide então alterar a ordem natural e tornar este trailer... num filme, com tudo o que isso acarreta.
Mas, a acompanhar o díptico de "Planeta Terror", "À Prova de Morte" de Tarantino, vinha uma pequena pérola: um trailer falso, de nome "Machete". O pobre Rodriguez, aproveitando mais uma das suas ideias, decide então alterar a ordem natural e tornar este trailer... num filme, com tudo o que isso acarreta.
O problema começa já aqui. "Machete" funcionava na perfeição como trailer. Simples e directo, básico e delicioso. Como filme, já não podemos dizer o mesmo, isto porque Rodriguez sentiu a necessidade de construir um prédio no terreno que já tinha comprado. Mas, mais uma vez, não o soube fazer e a construção excedeu os limites.
Enquanto que "Machete", o trailer era sinónimo de pouco, "Machete", o filme, é sinónimo de muito. Muita história, muita intriga política. Queríamos ver Machete a cortar cabeças, não precisávamos de explicações para tal, intrigas políticas desinteressantes e ridículas e mensagens de solidariedade relacionadas os emigrantes ilegais.
Robert Rodriguez não teve mão nem para controlar a sua própria criação. Derivado de um argumento demasiado maçudo e escusado, "Machete" não se contenta em ter apenas uma história e um protagonista.
Sobrepõem-se diversas histórias, diversos personagens e assiste-se a um surreal e pezaroso desperdício de elenco, fruto de uma ambição desmedida e infantil de Rodriguez.
Não bastou a modesta reunião de amigos (Danny Trejo, Cheech Marin e até Daryl Sabara), Robert Rodriguez ainda teve de recuperar alguns old-timers (Steven Seagal e Don Johnsson), sem descurar algumas adições comerciais para conferir estatuto ao filme (Jessica Alba, Michelle Rodriguez e, claro, Robert De Niro).
Destes, apenas Trejo (carismático e repleto de presença), Marin e... Steven Seagal estão realmente bem aproveitados. Os restantes são totalmente desperdiçados e passam despercebidos.
Poderia referir Lindsay Lohan... mas para quê?
Poderia referir Lindsay Lohan... mas para quê?
"Machete" vale então pelos momentos em que é aquilo a que se propôs: um "Desperado" elevado a dez, uma grande dose de testosterona repleta de one-liners espirituosas e muita acção delirante e imaginativa.
O resto? Pura palha...
O resto? Pura palha...
"Machete don't text."
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