Guilty Pleasures: Os Jardins Proibidos de um Cinéfilo

Por vezes, é necessário ver o Cinema de um prisma mais objectivo, observá-lo com outros olhos. Seguindo esta óptica, vejamos então os cinco maiores guilty pleasures do Daniel Silva, autor do blogue O Observador.

1 - O Regresso da Múmia

Depois do filme The Mummy ter sido um dos melhores filmes de entretenimento, na minha opinião, de 1999, chega-nos uma sequela esperada. Apesar de não viver ao nível do primeiro filme e se ter perdido em sequências de acção demasiado over the top, humor fácil e CGI desapontante, as personagens que me fizeram adorar o primeiro estão todas de volta. Brendan Frazer, Rachel Weisz, John Hannah e Arnold Vosloo dão aquela sensação de conforto ao espectador, de saber que está a ser entretido por quem antes (no primeiro filme) já o tina feito tão bem. Além disso, a história consegue ser original e digna de ser contada q.b.

2 - Doce Novembro

Já perdi as contas às vezes que vi e revi este filme. É no fundo uma história de amor pouco comum, que cresce e surge de onde menos esperamos. Apesar de a dada altura já sabermos o que no fundo vai acontecer, é a forma como esta história é contada e interpretada (Keanu Reeves e Charlize Theron estão sublimes) que nos consegue abalar e deixar enternecidos. Mais uma vez fica comprovado que são as relações que nos definem, que é o amor que sentimos por outra pessoa que nos completa e pro incrível que pareça é o que mais descuramos no dia-a-dia.

3 - Transformers

Pura diversão sonora e visual. Devo dizer que ver Robots gigantes, que se transformam em altos bólides e que andam literalmente, a desfazerem-se uns aos outros é mais que suficiente para me conquistar. Mas há mais neste filme, que apesar das suas múltiplas falhas, consegue ser um entretenimento bastante sólido. Shia LaBeouf e Megan Fox cada um dentro dos limites dos seus papéis. cumprem a sua função, mas o destaque na minha opinião vai para as tropas americanas. Fica mais uma vez comprovado, que Michael Bay tem uma excelente relação com o U.S. Army e na minha opinião, Megatron bem podia dar uma calcadela no Sam e a Mikaela e deixar os robots interagirem apenas com os soldados. Pena que a sequela tenha sido bastante inferior...

4 - Reino de Fogo

Que extraordinária mitologia! E que desperdício tão grande. Basicamente, os Dragões surgiram na Terra e exerceram dominância sobre o Homem, erguendo um Reino de fogo. Este filme tinha tudo para iniciar, porventura, uma grande franquia, mas a realidade é que o filme perde-se nos seus próprios desequilíbrios, num acto final despontante e na forma como toda a linha narrativa foi conduzida. No entanto, em termos visuais estamos perante uma excelente obra e pela primeira vez (e até última) de que me lembre, vemos Matthew McConaughey num papel diferente de tudo o que lhe é habitual. Rude, desequilibrado em termos mentais, viril e como tal cativante.

5 - Constantine

Outra mitologia extraordinária. Numa espécie de cruzamento entre o 'The Matrix' com o Exorcista. Assente numa premissa intrigante e original comparando com tudo até à altura visto, o que cativa o espectador a querer saber mais Keanu Reeves consegue arrancar um bom desempenho como protagonista. Simplesmente, tem que ser apático, sereno, exprimir poucas ou nenhumas emoções e andar sempre com um ar enigmático, como se soubesse algo mais de que nós todos e nunca o partilhasse. Não se enganem, no papel deste anti-herói ele foi a escolha mais que perfeita e move-se à vontade e com um brilho próprio já habitual. Um filme com toques noir, razoáveis/boas interpretações, original dentro do género, bons toques de comédia e bons valores de produção.