Guilty Pleasures- Os Jardins Proibidos de um Cinéfilo


É João Paulo Costa, autor do blogue CinePt, o próximo convidado desta rubrica do Cinemajb. Aqui ficam os seus cinco maiores guilty pleasures.

Femme Fatale

Brian de Palma é o rei do guilty pleasure. Não porque seja um mau cineasta (é, até, dos meus favoritos de sempre), mas porque não resiste a deixar as suas obsessões voyeurísticas bem vincadas nos seus filmes. O que por sua vez faz com que um mero mortal seja incapaz de resistir aos primeiros minutos de Femme Fatale nos quais Rebecca Romijn e Rie Rasmussen se comem numa casa de banho em pleno Festival de Cannes (faz tudo parte do plano do assalto, estúpido!). Ou quando, mais tarde, a mesma Rebeccazinha se “stripa” ao som de techo manhoso. Na verdade, até há duas Rebbecas, à boa maneira de Hitchcock, uma para os que preferem loiras, outra para os que preferem morenas, e ambas para criaturas como eu, que dão bom uso à tecla de pausa no telecomando. Tudo isto aliado ao sempre irrepreensível estilo de Palma e... um homem não é de ferro.


Masters of the Universe

Quando era puto (há 5 minutos atrás...) adorava esta épica xungaria que adaptava a já de sí epicamente xunga série animada He-Man and the Masters of the Universe. Revi-o aí há um ano e... bem, por pouco não me caíam lágrimas dos olhos. Não consigo resistir a um filme de super heróis que basicamente recupera grande parte das ideias de George Lucas em Star Wars e as copia sem dó nem piedade. O realizador tem quase nome de artista (Gary Goddard), mas a diferença que um “d” a mais pode fazer é aqui bem visível. E Dolph Lundgren é o poço de expressividade do costume, calculando-se que até tenha intimidado Frank Langella. Mas agora a sério, adoro Langella como Skeletor, uma personagem operática que o actor transforma em algo nunca visto. Até hoje, ainda sei de cor o seu monólogo na parte final em que se transforma num deus. E o arrepio na espinha é inevitável.


Jay & Silent Bob Strike Back


Quinto título de uma suposta trilogia de filmes de Kevin Smith dedicadas a estas personagens. Repleto de gags e inside jokes, referências cinéfilas, humor escatológico e estupidez da grande, este pode não ser o melhor de Smith, mas é sem dúvida aquele que mais vezes revi e nunca perdeu a capacidade para me fazer rir. Will Ferrell é qualquer coisa de surreal na personagem de um Ranger Florestal e possível homossexual reprimido (não o são todas as personagens de Smith?), e os cameos de actores em modo de auto-paródia são hilariantes. De Matt Damon, Ben Affleck e Gus Van Sant na rodagem de O Bom Rebelde Parte II: Época da Caça, ao fornicador de tartes Jason Biggs, tudo funciona na perfeição.


Flash Gordon

Ficção científica de série B produzida em 1980, mais famosa pela banda sonora dos Queen do que propriamente pelos seus méritos cinematográficos. Desde uma primeira cena em que o terrível Imperador Ming (Max von Sydow, sim, o próprio) se diverte a provocar desastres naturais na Terra pressionando botões de uma máquina, até à espectacular (errr...) batalha final inter-espécies, tudo tem um aspecto verdadeiramente foleiro (já o tinha quando eu me fartava de o ver na infância), mas completamente viciante, especialmente os diálogos e os efeitos especiais. Adoro! Ponto extremamente positivo e sem discussão possível: Ornella Muti era das mulheres mais bonitas do planeta.


Kingpin


Para quem ainda não teve o prazer de ver isto, dizer que Woody Harrelson dá corpo a um jogador de bowling maneta e Bill Murray a um arrogante vilão com um penteado indomável deve ser suficiente para que corram imediatamente para o vosso videoclube antes que este feche as portas de vez. Kingpin tem a assinatura idiota dos irmãos Farrelly, as mentes por detrás de Dumb and Dumber ou There's Something About Mary, também dignos de ponderar para uma lista como esta. O humor políticamente incorrecto marca o ritmo, restando ao espectador nenhuma solução para além da gargalhada constante. Um must.

3 Eloquentes Intervenções Escritas:

Tiago Ramos disse...

Destes não consigo gostar de nenhum. Mas lá está, são guilty pleasures!

Hugo disse...

Esta lista é complicada.

Sou fã de Brian DePalma, mas "Femme Fatale" é seu trabalho mais fraco.

Do restante, apenas "Masters of the Universe" pode ser vista como uma diversão, ainda que bem trash.

Abraço

Rui Francisco Pereira disse...

Tiago,

O Femme Fatale desperta-me curiosidade, os outros passam-me ao lado :P


Hugo,

Obrigado pela opinião ;)
Podias deixar-me o teu email? ;)

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