De Paris com Amor


O que esperar dos responsáveis por "Busca Implacável"? Muita acção, muita adrenalina, muitos tiros, muitas perseguições, muito estilo e muito pouco cérebro.
Isto é mau? Não, não necessariamente.

Se ligarmos o cérebro:
Vemos uma fita pouco razoável, com um argumento demasiado complexo para aquilo que se pretendia, personagens muito pouco credíveis e cenas de acção que ultrapassam largamente os limites do razoável.

Se não ligarmos o cérebro:
Temos um genuíno guilty pleasure com todos os condimentos já habituais e que referi em cima.

Eu fico-me, decididamente, por esta segunda hipótese, pois assim posso apreciar esta divertida e despreocupada fita de grande acção.

É certo que não existe a carga de seriedade ou semi-dramatismo presentes em "Busca Implacável" e que facilitaram a sua aceitação, no entanto, (um alternativo) John Travolta garante o estilo e o carisma que Liam Neeson não tinha. Só é pena que ainda fique aquém das suas capacidades, uma vez que o papel é demasiado oco para o actor mostrar o seu real talento, salvo raras excepções, funcionando por vezes como um sidekick. Claro que continua a ser sempre um prazer enorme ver Travolta a emanar estilo e uma jovialidade que há muito nele não viamos. Quero mais, mais John Travolta para o futuro.
Mais discreto mas mais bem aproveitado está Jonathan Rhys Meyers, a demonstrar o seu talento e a confirmar que é um actor a ter em atenção no futuro.

É realmente uma pena que a história em si seja menos acessível do que deveria, já que é quase irrelevante neste género de filmes e deveria ser o mais básica possível.
Destaque para uma deliciosa referência a "Pulp Fiction".

"De Paris com Amor" é portador de um ritmo alucinante, extremamente rápido e quase desgastante, uma autêntica montanha-russa de emoções com constantes trocas de tiros que levam os próprios personagens a troçarem da situação.

As marcas do realizador Pierre Morel (sim, eu notei algumas apesar de ser o seu segundo filme) estão lá, como as inesperadas cenas violentas no seio familiar. A filmagem é também muito ritmada, embora claramente mediana.

Mas, no geral, eis o melhor começo possível do ano cinematográfico de 2010: mais um guilty pleasure!

"-I'm not your driver. I'm your partner.
-Yeah, you're the chess player. I read your file.
-You play?
-Do I look like I play board games?"

4 Eloquentes Intervenções Escritas:

David Martins disse...

"cenas de acção que ultrapassam largamente os limites do razoável" - só esta frase já me deixou a salivar! O que eu gosto de ocasionalmente desligar o cérebro e ver um festival de acção! Vou dar uma oportunidade e depois digo o que achei!

Rui Francisco Pereira disse...

CINE,

Não é para menos :P

Vê que gostarás certamente ;)

Nuno Pereira disse...

Fiquei terrivelmente desiludido quando vi este filme. (na minha lista dos piores do ano)

Poderá quem me manda a mim esperar algo como o Taken!!!

Rui Francisco Pereira disse...

Nasp,

O Taken é um pouco melhor, mas este não lhe fica muito atrás.

Tiros, explosões, Travolta... Tem tudo para me agradar!

Enviar um comentário

O autor deste blogue apresenta os seus agradecimentos pelo comentário e relembra que este beneficiará sempre de uma resposta, já que cada comentário é tido como imprescincível e nunca subvalorizado.

Related Posts with Thumbnails